Resgatando Memórias: Maria Edna Martins Motta, a nossa Edna
Resgatando Memórias
O projeto Resgatando memórias é parte integrante do Portal da Associação do Ministério Público de Alagoas (AMPAL) e tem como objetivo resgatar, reavivar e documentar a história da AMPAL. Nesse espaço realizaremos uma série de entrevistas, digitalização de fotos e documentos, tudo visando não só manter a memória da instituição, como também informar as novas gerações de membros associados como se deu o processo histórico de formação da mesma. Sabemos que não podemos vislumbrar um futuro promissor se não buscamos preservar nossa memória, nossa história, não só deixando de cometer erros, mas também repetindo e valorizando aqueles que nos antecederam. Esse é o espírito do Projeto Resgatando Memórias.
Resgatando Memórias: Maria Edna Martins Motta, a nossa Edna
E para abrir o projeto escolhemos uma pessoa especial. Uma pessoa a qual a sua história de vida se confunde com a própria história, e que podemos dizer, ser um patrimônio vivo da AMPAL nesses seus 47 anos. Uma pessoa que participou ativamente da trajetória da associação e se tornou para todos os membros e presidentes que aqui gestaram, uma referência em se tratando de AMPAL e sua história, estamos falando de: Maria Edna Martins Motta, mas conhecida por todos como Edna.
Edna nos atendeu na sua “segunda” residência, ou seja, na Sede da AMPAL, ali de sua mesa ela nos contou um pouco da sua história de quase três décadas, como funcionária da associação, seu único emprego em toda a sua vida, destacando desde a sua chegada até os dias de hoje.
Chegada na AMPAL
“Cheguei na AMPAL no dia 25 de outubro de 1989, para o cargo de secretária, o convite foi feito através um Promotor associado da associação, e ainda associado Dr. Carlos Alberto Torres, que na época era professor de uma prima minha, que perguntou a esta se ela conhecia uma pessoa para trabalhar na associação, pois o rapaz que ocupava o cargo estava de saída.
A AMPAL em 1989
Em 1989, a sede da AMPAL era localizada no centro da cidade, em uma sala comercial no décimo andar do Edifício Banco Econômico, na Rua do Comércio. “Quando cheguei eu fazia de tudo, desde a faxina, até preenchimento de cheques, compras, alguns serviços de depósito para os promotores, só não realizava a contabilidade que era feita por outra pessoa”, ressalta. O primeiro fato curioso destacado por Edna foi a realização de uma reforma na sede da Associação, “como eu disse cheguei na AMPAL no dia 25 de outubro, e na sequência a minha chegada, foi realizada uma reforma na sede, com o intuito de se comemorar o Dia Internacional do Ministério Público, que se comemora no dia 14 de dezembro. Então me vi coordenando essa reforma. Eu chegava na sede as 7h da manhã e saia somente as 20h! Supervisionava o trabalho dos pedreiros e serventes.” Essa reforma foi realizada na gestão do Promotor Dr. José Carlos Malta Marques, hoje desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas.
Primeira Homenagem
A reforma da sede durou cerca de dois meses, e foi concluída a tempo da inauguração no dia 14 de dezembro, e com dois meses de AMPAL a, então, nova funcionária, recebeu a sua primeira homenagem: “Durante essa reforma, com dois meses terminaram a reforma, e na sua inauguração foi realizada uma confraternização, e eu então, com apenas dois meses de casa, recebi uma placa pelos serviços prestados, e podemos dizer que esta foi a minha primeira grande emoção nesses anos de serviço a associação.”, ressalta.
Início do trabalho
Seu trabalho na AMPAL sempre teve o caráter administrativo, o que fez com que a mesma construísse um verdadeiro arquivo vivo da história de associação, mas essa construção não foi feita de maneira fácil, “na realidade quando eu entrei na AMPAL não teve ninguém que para me ajudar, o rapaz ao qual eu substitui, parece que ficou até chateado, mas não foi culpa minha, quando eu cheguei ele já estava saindo, e não passou nada para mim, eu sou uma pessoa muito curiosa e comecei a desenvolver o trabalho e a fazer as coisas, nessa época não tinha computador, tudo era na máquina de escrever, com papel carbono (risos)”. Destaca ainda que sua função era de administradora, “eu era uma administradora, entre aspas, pois atuava junto com a Diretoria que de fato fazia a administração, mas com a minha presença”. Além do trabalho administrativo, ajudava na realização dos eventos e festas, sendo a sua primeira confraternização de final de ano a de 1989.
Segunda Homenagem
Um segundo momento marcante para Edna foi a homenagem que recebeu do Promotor de Justiça Dr. Alberto Fonseca, então presidente da AMPAL, “é foi uma homenagem que recebi pelos meus 17 anos de trabalhos na associação, e também pelo meu aniversário, que é dia 08 de março e também, coincidentemente, pelo Dia Internacional do Mulher. Perguntado a quanto tempo é funcionária da associação ela diz com orgulho, “29 anos e cinco meses!”.
Momentos de tensão
Perguntada se viveu ou se recorda de algum momento de tensão, passada durante o seu trabalho na AMPAL, não precisa nenhum momento em especial, “presenciei em épocas mesmo de eleição né? Houve alguns processos eleitorais acirrados! Não me recordo agora quais foram, mas tudo foi resolvido na própria eleição!”
Outro momento tenso, mas de cunho pessoal, foi em 1997, quando sofreu uma convulsão e foi hospitalizada passando 15 dias na UTI, muitos promotores se preocuparam com ela e a visitaram, mas se recuperou e voltou para o seu trabalho na AMPAL.
Ações e campanhas da AMPAL
Sobre suas lembranças sobre campanhas e ações realizadas pela associação ela destaca, “olha participei de vários seminários e congressos, destaco o Encontro Nacional e figuras que tive o prazer de ver e conhecer, aqui da casa, o Dr. Eduardo Tavares, de fora, Dr. Edilson Mougenot Bomfim, Dr. Carlos Concenzo e a Dra. Norma Angélica, entre vários outros.
Mudança de local de sede: Jacarecica
Sobre a mudança da sede da AMPAL do centro para Jacarecica, Edna nos conta que, “ na época AMPAL não tinha o dinheiro suficiente para construir a nova sede. Foi o Dr. Eduardo Tavares que iniciou a realização de uma série de cursos, seminários, congressos para arrecadar fundos para a construção, mas ele não atuou sozinho, outra figura de relevo o ajudou muito que foi o Dr. Itamar Gama e Silva um dos fundadores aqui desta nova sede”, explica. Relatou que o terreno em Jacarecica foi uma doação do Estado de Alagoas, na gestão do Dr. Dilmar Camerino, e que a mudança foi realizada no ano 2000.
Vida na nova sede
Mais um vez Edna se viu a frente de uma construção, agora não uma reforma, mas a construção de uma nova sede, que ela também ajudou na coordenação: “esse terreno aqui só tinha entulho, toda sexta-feira, já tinha um taxi alugado pela AMPAL, que me trazia aqui para realizar o pagamento dos serventes e pedreiros, isso era função minha, e a construção durou por volta de dois anos” (instalações como são hoje: prédio-sede, salão, piscina e campo). Ressalta que no início a ideia da nova sede em Jacarecica não agradou muito os associados: “Aqui na época era muito longe né? (Era! (risos), e toda a vida dos promotores era lá no centro, mas depois o pessoal viu que valeu a pena. Pois, quando a gente chegou aqui era tudo mato. Mas era um lugar lindo.
Um momento engraçado
Sobre um momento engraçado vivido por ela nesses 29 anos, Edna destaca a figura da Dra. Ana Quintela: “A Dra. Ana era uma pessoa que me defendia demais, entendeu? Houve um problema comigo e ela tomou as dores por mim! E fui muito engraçado o que aconteceu. Em uma reunião aqui na sede, ela subiu na mesa e começou a “sapatear” (risos), estando presente vários associados. Considero engraçado pois foi um ato inusitado e inesperado”. Concluímos que ela ainda está na AMPAL, não só por sua competência, mas também por causa de uma “sapateada”.
Terceira Homenagem
Em 08 de março de 2016, em seu aniversário e no Dia Internacional da Mulher, na gestão do Dr. Eduardo Tavares, e fazendo a ligação com o momento engraçado a entrevistada recebeu a sua terceira honraria nesses anos de serviços prestados. “Nessa gestão recebi a Comenda Dra. Ana Maria Quintela, o que muito honrou não só porque ela era uma grande amiga, mas também em reconhecimento do meu trabalho”, ressalta.
O que é a AMPAL para você?
Com o intuito de guardar um depoimento sobre a AMPAL perguntaremos para todos os entrevistados do Projeto Memória AMPAL a seguinte questão: “O que é a AMPAL para você?”. Eis a reposta dessa memória viva da nossa Associação:
“É a minha casa, certo? É onde eu vivi só para ela! Dei meu sangue pela associação do ministério público, entendeu? Tenho os promotores de justiça como, os membros, tenho eles como uma família minha, certo? Então, hoje o que eu só, hoje o que eu devo, o conhecimento que eu tenho eu devo a associação do ministério público de Alagoas, entendeu? E todos os promotores, todas as esposas de promotores, para mim, são todos a minha família. E eu aprendi muito aqui, errei, entendeu? Tive…na realidade eu vou só levar boas lembranças daqui certo! Experimentei alguns momentos de apreensão, dificuldades, que é inevitável né? Quando se trabalha em grupo. Decisões relevantes que devem ser tomadas coletivamente. Passei, sem dúvidas por períodos de estresse e incerteza. Mas com o tempo aprendi as dificuldades, né? Que nosso espírito fortalece de modo que como solucionar todos os problemas que surgiram a frente, né? De tudo guardo uma lição, trabalhar na AMPAL foi uma experiência gratificante e rica em toda a minha existência. Quero só terminar dizendo que só tenho que agradecer os meus trinta anos vividos intensamente nessa grande família que é o Ministério Público de Alagoas. Espero que deus poder ainda continuar servindo a AMPAL pelo tempo que resta para alcançar a aposentadoria. (ainda faltam dois anos segundo suas contas). Não deixando de falar de todos os presidentes, né? Que passaram, que todos para mim foram maravilhosos, entendeu? Cada um deles com um comportamento próprio, maneiras diferentes de agir, contribuíram enormemente para que eu adquirisse ao longo do tempo, maturidade, experiências, tanto do ponto de vista das minhas relações sociais como pelo viés das ideias e dos sentimentos, pronto, é isso!”
Para se ter uma ideia, construímos essa tabela que ilustra todas as gestões as quais Edna trabalhou, foram 12 presidentes diferentes, mostrando como se confundem a História da AMPAL e de nossa entrevistada:
1 |
José Carlos Malta Marques: biênio 1989/1991 |
2 |
Dilmar Lopes Camerino: 1991/1993/1993/1994 |
3 |
Clóvis de Góis Camarão: 1994/1995 |
4 |
Lean Antônio Ferreira de Araújo: 1995/1997/1997/1998 |
5 |
Eduardo Tavares Mendes: 1998/1999/1999/2001/2001/2003 |
6 |
José Antônio Malta Marques: 2003/2005 |
7 |
Alberto Fonseca: 2005/2007 |
8 |
Eduardo Tavares Mendes: 2007/2008 |
9 |
Neide Maria Camelo da Silva: 2008/2009 |
10 |
Carlos Alberto Alves de Melo: 2009/2010 |
11 |
Adilza Inácio de Freitas: 2010/2011/2013/2017 |
12 |
Eduardo Tavares Mendes: 2015/2017 |
13 |
Adilza Inácio de Freitas: 2016/2017 |
14 |
Flávio Gomes da Costa Neto: 2017/2019 |
Patrimônio Vivo: Entrevista de Maria Edna Martins Motta abre Projeto Resgatando Memórias – Associação do Ministério Público de Alagoas
15 de março de 2019 em 08:41[…] Resgatando Memórias: Maria Edna Martins Motta, a nossa Edna […]